quinta-feira, 11 de julho de 2013

Final da Libertadores - O gigante que se reestrutura versus O bom e determinado time do Galo

O tradicional Olimpia, e o novato Galo duelam pelo título

 Antes da competição começar, muitos pensaram que Olimpia e Atlético não poderiam chegar à uma eventual final de competição. O futebol paraguaio está em baixa, são os últimos nas eliminatórias para a Copa (já sem chance de classificação), sem falar que dos 3 representantes paraguaios, o Decano foi o único que chegou ao mata-mata -Cerro Porteño foi trucidado na fase de grupos (6 jogos, 5 derrotas e 1 empate), e o Libertad caiu em um grupo com Palmeiras, Tigre e Sporting Cristal. Já o Galo, de uns tempos pra cá, foi motivo de piadas para os adversários, o jejum de muitos anos sem vencer um campeonato considerado "de expressão", o fato de ser considerado uma equipe que "amarela" em momentos decisivos, com Cuca como treinador... porém isso está mudando.

 Como chegaram:


  •  Olimpia: Em crise, o Olimpia, com vários meses de salários atrasados chegou desacreditado. Porém, um empate no Uruguai na fase preliminar da Libertadores frente o Defensor, fez a torcida acreditar no time. Aí já viu... vitória no Paraguai e classificação em um grupo com: Newell's Old Boys (Argentina), Deportivo Lara (Venezuela) e Universidad do Chile. Na primeira rodada, uma derrota fora de casa para o Newell's (normal), depois dois jogos no Defensores del Chaco, uma vitória frente La "U" por 2-0, e um tropeço contra o Deportivo Lara. Segundo turno da fase de grupos Olimpista foi perfeito: 3 jogos, 3 vitórias: 5-1 contra o Deportivo Lara (fora), 1-0 na "U" (fora) e venceu com autoridade o Newell's Old Boys no Paraguai por 4-1. Primeira colocação assegurada. Na fase de mata-mata, prevaleceu a mística do Rey de Copas, oitavas-de-final contra o Tigre: no primeiro jogo na Argentina, derrota olimpista por 2-1. Na volta, no Defensores del Chaco, vitória por 2-0, e classificação assegurada. Nas quartas, o tão temido Fluminense. 0-0 no Rio de Janeiro, e no Defensores del Chaco, vitória por 2-1 de virada, interrompendo o sonho da Libertadores inédita do Fluminense. Nas semifinais, um carrasco brasileiro, o Independiente Santa Fe, que eliminou o Grêmio. No primeiro jogo, uma partida bem fraca dos colombianos,que sentiram o clima do jogo e a camisa pesada do Olimpia fizeram o 2-0. No segundo jogo, apesar da  a mística do Rey de Copas voltou a aparecer, e com atuação inspiradíssima de Martin Silva (goleiro), o Olimpia perdeu por 1-0, porém conseguiu chegar à final pela sétima vez em sua história.

  • Atlético Mineiro: O Galo já chegou na Libertadores mostrando o que esperar dele: jogaços com técnica e emoção. A primeira partida, um 2-1 contra o São Paulo no Horto. No episódio: "A água que gerou o gol", onde Ronaldinho bebeu a água que estava no gol de Rogério Ceni, e se aproveitou da situação para marcar o gol, oriundo de uma cobrança de lateral -onde não há impedimento para quem recebe a bola-, na segunda rodada, show sobre o Arsenal em Sarandí, 5-2. Na terceira e na quarta rodada, vitórias suadas sobre o Strongest (Bolívia), no Horto, pelo mesmo placar: 2-1. Na quinta rodada, repetição do confronto com o Arsenal, desta vez na Arena Independência, e com muita confusão -com intervenção policial dentro do campo, inclusive.-, o Atlético repetiu o placar do jogo na Argentina: 5-2. Já na última partida da fase de grupos contra o São Paulo, uma derrota por 2-0, e uma declaração polêmica de Ronaldinho Gaúcho, dizendo que o time estava "apenas se divertindo". A "diversão" do Galo custou mais um confronto com o São Paulo, desta vez pelas oitavas. O Atlético passava por maus bocados durante os 25 minutos iniciais, o São Paulo poderia estar vencendo por 2 ou 3 gols de diferença com tranquilidade, mas o zagueiro Lúcio foi expulso, e aí apareceu a força do Galo. Com um toque de bola envolvente, o Atlético fez o São Paulo se perder. O Tricolor levou a virada, e por pouco não levou o terceiro gol. Na segunda partida, o Galo sufocou o São Paulo na Arena Independência, show de Ronaldinho, hat-trick de Jô e um gol de Diego Tardelli comandaram o sonoro 4-1 do Atlético frente o São Paulo. Nas quartas-de-finais, partida contra los Xolos de Tijuana, e um mau começo: 2-0, um Atlético perdido, mas a luz veio após uma falha da zaga, e Tardelli marcando o tento do Galo. Quando os torcedores atleticanos se conformavam com o 2-1, apareceu um talismã: Luan. Menino com passagens por Atlético Sorocaba e Ponte Preta, marca no último minuto, calando o estádio Caliente e dando de vez vida ao Galo. Na volta, um jogo muito difícil, Atlético saiu perdendo de novo. Gol de Riascos. Porém, mais tarde, Réver empatou o jogo, após bola parada. E quando tudo se encaminhava para uma classificação "tranquila", aos 47 minutos, Leonardo Silva dá uma legítima bicuda na cintura de Márquez. Pênalti pro Tijuana, Riascos foi pra bola, bateu no meio, pênalti de quem confia. Porém, Victor acreditou, e quase caído fez a defesa com o pé esquerdo. Pé esquerdo salvador. Nas semifinais, o Newell's Old Boys. Na primeira partida, o Atlético perdeu algumas chances boas, e levou dois gols dos argentinos. Cuca saiu revoltado com a arbitragem, enfim... aquela história de sempre. Até que no segundo jogo, logo com 2 minutos, Bernard abriu o placar para o Galo. Após o gol, o Atlético continuou com maior número de posse, não sofrendo perigo, porém também não levava perigo. Aos 35 do segundo tempo, uma queda de energia na sub-estação da Arena Independência pára o jogo por vários minutos, e o treinador Cuca solta a seguinte frase: "É a parada divina.", pareceu que ele previu. Aos 50 minutos, bola na área do Newell's a zaga afasta mal, e Guilherme (que entrou havia substituído Bernard) da meia-lua, acerta um chute no canto do goleiro argentino, levando a decisão para os pênaltis. Após 4 pênaltis desperdiçados de maneira consecutiva (2 do Galo e 2 dos argentinos), R10 converteu, e Victor defendeu o pênalti de Maxi Rodríguez, apenas se consolidando como herói da torcida do Galo.


 Não tenho previsões, não sei quem irá ganhar. De um lado um Gigante com problemas na administração, salários atrasados tentando se reestruturar, mas pondo a camisa à frente de tudo e de todos e superando qualquer obstáculo, contra um time que busca o seu lugar ao Sol, com um título inédito e relevante para levar a sua torcida aos céus, encerrando um longo período de gozações por não vencerem nenhum "título de expressão".


Números:

  • Gols marcados: Olimpia - 25 (14 jogos) v Atlético - 27 (12 jogos);
  • Gols sofridos: Olimpia - 11 (14 jogos) v Atlético - 16 (12 jogos);
  • Chutes à gol: Olimpia - 181 (14 jogos) v Atlético - 127 (12 jogos);
  • Faltas cometidas: Olimpia - 196 (14 jogos) v Atlético - 185 (12 jogos);
  • Cartões: Olimpia - 34 amarelos e 1 vermelho v Atlético - 27 amarelos e 2 vermelhos;
  • Pênaltis favoráveis: Olimpia - 3 v Atlético - 3;
  • Escanteios favoráveis: Olimpia - 67 v Atlético - 52



Finais: 17/07 e 24/07

 Espero que tenham gostado !


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